sábado, 1 de novembro de 2014

4 temas polêmicos que podem ser cobrados na redação do Enem

Fonte: Shutterstock
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GOLPE DE 1964

Em fevereiro deste ano, o Datafolha constatou que 62% dos brasileiros preferem a democracia a qualquer outra forma de governo. Embora esta seja uma parcela majoritária da população, há ainda quem considere que o regime militar seja mais eficiente em certos pontos (14%). Mas por que isto seria relevante para a redação do Enem? Simples: estas estatísticas podem ser um bom embasamento para o estudante caso o tema do exame seja o processo de redemocratização do Brasil.

Um marco para o início desta fase política foi a promulgação da nova Constituição em 1988, um ano antes das primeiras eleições diretas para presidente. Convocada por José Sarney – primeiro presidente civil a assumir o cargo após a morte de Tancredo Neves, candidato eleito pelo voto indireto em 1985 que morreu antes da posse –, a mais recente Carta Magna brasileira demorou 18 meses para ser escrita, tempo suficiente para a elaboração dos 347 artigos vigentes até hoje. Garantindo a liberdade de imprensa e o direito à titularidade da terra para mulheres trabalhadoras rurais, estes artigos romperam com a Constituição outorgada por Castelo Branco, em 1967, na qual foram criadas os Atos Institucionais.

Recentemente, este processo de redemocratização tornou-se evidente nas manifestações de junho de 2013, quando a população brasileira foi às ruas discutir temas como a Reforma Política, outro assunto que pode ser abordado no exame deste ano.



MANIFESTAÇÕES

Iniciadas em junho de 2013, as manifestações podem ser relembradas pelo exame sob duas perspectivas. A primeira diz respeito à mobilidade urbana, já que o princípio para o levante popular foi o aumento das passagens no transporte público: segundo os manifestantes, a qualidade de metrôs, trens e ônibus não condiziam com os novos preços. Diante desta situação, como melhorar a qualidade do transporte em cidades, como São Paulo e Brasília, onde se predominam automóveis?

Outro ponto que pode ser abordado é a variada reivindicação que o movimento passou a defender após alguns atos, dentre eles a educação, saúde e o fim da corrupção. Quais seriam as medidas viáveis para pôr fim a estes problemas e como o cidadão comum faria parte deste projeto?



“JUSTICEIROS”

No Rio, um jovem de 17 anos, acusado de roubo, foi amarrado com uma tranca de bicicleta a um poste, nu. No litoral paulista, uma mulher de 33 anos foi espancada até a morte porque se acreditava que ela participara do desaparecimento de algumas crianças. Em Teresina, um suspeito de assalto teve o rosto colocado em um formigueiro como forma de punição. Multiplicam-se os casos de linchamento ou, como muitos chamam, de justiça com as próprias mãos: segundo o Núcleo de Estudos de Violência da USP, foram 1.179 casos nos últimos 26 anos, dos quais houve 239 vítimas fatais. Outro dado que assusta refere-se ao Mapa da Violência. Em 2012, 56.337 pessoas foram mortas, um recorde desde a criação do Sistema de Informações de Mortalidade, órgão responsável por esse levantamento. Justiça com as próprias mãos?

Esta é uma questão pertinente para ser analisada numa prova de redação como a do Enem. Diante deste tema, o candidato poderá tanto abordar o lado social e da violência quanto à descrença da população brasileira em relação à Justiça e ao Estado.




LEI DA PALMADA

No final do mês de junho, a presidenta Dilma Rousseff aprovou a Lei da Palmada, isto é, norma que pune os adultos que usam castigos físicos a crianças como método de educação. Conhecida também como Lei do Menino Bernardo, em homenagem ao garoto que foi supostamente assassinado pela madrasta e sua amiga no Rio Grande do Sul, a lei trouxe a tona mais uma vez a questão da violência: a palmada afinal corrige ou amedronta? É sinônimo de cuidar ou machucar? O Enem poderá explorar usar essa polêmica como mote para tratar da violência contra jovens e adolescentes.




Fonte: Universia Brasil

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