domingo, 18 de novembro de 2012

Orelhão ecológico sem fio criado por maranhense Jocefran Martins utiliza energia solar



Reprodução





Quem via Jecefran Martins com um de telefone de orelhão sem fio no colo, conversando na porta de um hotel no interior do Maranhão, em 2010, o chamava de maluco. Ao percorrer o interior do estado como técnico em fibra ótica de uma operadora de telefonia, ele era obrigado a dar baixa no serviço  diariamente às 17h. Mas, muitas vezes não conseguia encontrar um telefone público da própria operadora funcionando para falar com a chefia.

Criativo desde criança, decidiu então juntar sucatas de orelhão, restos de carrinho de controle remoto, telefone sem fio e placas de calculadora solar. Nascia ali o “orelhão ecológico”, telefone sem fio abastecido com a energia do sol que, junto a outras criações sustentáveis, é apresentado no Amazontech 2012, maior evento de sustentabilidade da região.

Jocefran foi parar no Amazontech com o apoio do Sebrae, responsável pelo evento, que acontece no Complexo Meio do Mundo, na capital do Amapá, até este sábado (17). Lá, também apresenta luminosos de táxi sem fio e abastecidos com energia solar ou eólica; uma tomada que não dá choque, mesmo em contato com material metálico; e um letreiro luminoso alimentado pela luz do sol.

“Minhas ideias são todas renováveis, sustentáveis e eficientes”, diz o inventor de 36 anos, com a paciência de quem não se cansa de explicar a cada visitante suas criações, que mais parecem sair da cabeça do Professor Pardal, famoso personagem dos quadrinhos.

O orelhão ecológico foi testado em municípios isolados do Maranhão, onde existe luz elétrica, mas a comunicação telefônica ainda é precária. E funcionou com perfeição. O aparelho não precisa de cabos nem bateria e faz chamadas ao custo de uma ligação convencional. Basta meia hora exposto ao sol para que fique abastecido por até cinco horas.

Outra vantagem é que o orelhão serve também como captador de sinal de telefonia celular. “É só aproximar o aparelinho do orelhão que a placa transmissora de GSM capta o sinal à distância de até 30 km de uma antena de telefonia móvel”, explica Jocefran. No estande da tomada anti-choque, ele também mostrou a eficácia do dispositivo, encorajando os visitantes a colocar o dedo na tomada. “Com o meu invento, o menino curioso, a pessoa desastrada ou o velho que voltou a ser criança não tem chance de levar choque”, brincou.

Perspectivas

Todas as invenções de Jocefran Martins já estão patenteadas à espera apenas de um investidor capaz de financiá-las. Depois que a empresa de telefonia descobriu seu invento – e ele se recusou a contar o segredo – acabou sendo demitido. Desempregado, sonha em cursar Engenharia Florestal. “Basta aparecer um empresário interessado em investir nas minhas ideias que eu estudo para aperfeiçoá-las. Afinal, cabeça não foi feita só para separar orelha”.


Fonte: Sebrae - Hédio Ferreira Júnior, enviado especial
Com informações do Cabeça de Cuia

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