terça-feira, 29 de julho de 2014

Teresina e Palmas têm a gestão de ensino mais eficiente do Brasil

A capital piauiense se destaca entre as de todo o BrasilFoto: Jornal Meio Norte

Estudo realizado pelos pesquisadores José Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atual presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) do Ministério da Educação (MEC) e Maria Teresa Gonzaga Alves, também da UFMG, identificou Teresina e Palmas (TO) como as cidades com gestão do ensino mais eficiente.

Segundo o estudo, entre capitais, Teresina e Palmas se destacam e São Paulo fica entre as piores.

O estudo de José Francisco Soares e Maria Teresa Gonzaga Alves aponta que ao fim do ensino fundamental, a média das escolas municipais e estaduais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011 foi de 4,2 na cidade de São Paulo e de 3,9 em Teresina.

O estudo salienta ser digno de nota o fato de a capital do Piauí ter nota média do Ideb tão próxima a de São Paulo. Mas há uma enorme distância entre as duas redes públicas em favor de Teresina.

Os pesquisadores José Francisco Soares e Maria Teresa Gonzaga Alves analisaram a eficiência das redes de ensino públicas dentro dos municípios brasileiros.

O trabalho parte de um princípio já consagrado na avaliação educacional: o principal fator determinante do desempenho escolar é o nível socioeconômico dos alunos.

As escolas que atendem filhos de pais de maior renda e escolaridade têm uma grande vantagem, que nada têm a ver com a qualidade do trabalho dentro da escola, em relação às demais.

José Francisco Soares e Maria Teresa Gonzaga Alves confrontaram os dados de aprendizado dos estudantes com um indicador do nível socioeconômico de suas famílias para calcular qual o efeito das escolas no desempenho final.

Ao fazer essa comparação, foi possível identificar se as redes públicas apresentavam resultados melhores ou piores do que se esperaria caso o desempenho médio dos seus alunos refletisse perfeitamente somente o nível socioeconômico das famílias.

Na comparação, que capta com mais precisão a eficiência da gestão e a qualidade do ensino, as capitais com melhores resultados no ensino fundamental são, pela ordem, Palmas, Teresina, Campo Grande, Fortaleza e Rio de Janeiro, todas com médias finais na Prova Brasil acima do que se esperaria a partir do perfil dos alunos que atendem.

No outro extremo, aparecem Recife, Florianópolis, Cuiabá, São Paulo e, por último, Macapá.

José Francisco Soares e Maria Teresa Alves fizeram esse cálculo também para os demais municípios do país.

O melhor é um já bastante conhecido pelo desempenho nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática: Cocal dos Alves, na região Norte do Estado. No conjunto, no entanto, as redes públicas mais eficientes estão em cidades mineiras de pequeno porte, que ocupam 91 das 100 melhores posições.

Das cidades de médio porte com bom desempenho, os pesquisadores citam Sobral (CE), Patos de Minas (MG), Conselheiro Lafaiete (MG), Ubá (MG), Muriaé (MG), Sertãozinho (SP), Rio das Ostras (RJ), Nova Friburgo (RJ), Toledo (PR) e Foz do Iguaçu (PR).

Os dados da pesquisa compararam cidades de perfil semelhante. Teresina e São Luís, por exemplo, têm um número de escolas parecido e são ambas capitais de estados nordestinos de indicadores sociais baixos.

No entanto, Teresina consegue fazer seus estudantes mais pobres avançarem mais do que se esperaria apenas pelo nível de renda deles, enquanto em São Luís acontece o oposto.

A pesquisa revela que os efeitos da pobreza não podem ser minimizados e é responsável, em boa parte, pelo mau desempenho de algumas redes, mas não explica tudo ao identificar gestões mais e menos eficientes no setor público.


Meio Norte

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